29.05.2022 Entre os 21 novos cardeais que o Papa Francisco criará no próximo consistório convocado para ter lugar a 27 de agosto, figura Robert McElroy, bispo de San Diego (Califórnia), conhecido pelas suas posições em defesa da comunidade LGBT, do diaconado das mulheres e contra a recusa da comunhão às figuras públicas que aceitam legislação que permita o recurso a aborto.
“Todas as pessoas de boa vontade devem ajudar, apoiar e defender a juventude LGBT” – lê-se na declaração que vários bispos católicos dos EUA, entre os quais McElroy, assinaram em fevereiro de 2021. Num texto de oposição à “violência, intimidação ou assédio” dirigida àqueles que se identificam como LGBT, aqueles bispos recordavam neste grupo os jovens “tentam o suicídio em taxas muito mais altas do que os seus colegas heterossexuais: muitas vezes tornam-se sem-abrigo por causa de famílias que os rejeitam; são rejeitados, intimidados e assediados; e são alvo de atos violentos em proporções alarmantes”.
Já em 2019, McElroy disse publicamente que era favorável ao diaconato feminino (ordenação de mulheres diáconas) e tem contestado a posição de quem, como o arcebispo de San Francisco, Salvatore Cordileone, defende que a comunhão deve ser negada àqueles que publicamente defendem as leis que despenalizam e permitem o acesso ao aborto. Em outras ocasiões o futuro cardeal tem criticado com severidade a colocação do tema do aborto como prioritário em relação a outras preocupações sociais, como a pena de morte e o cuidado a ter com os migrantes e o meio ambiente.
McElroy foi bispo auxiliar de Salvatore Cordileone, atual presidente da Conferência dos Bispos Católicos dos EUA e um dos mais acérrimos das orientações pastorais do Papa Francisco. A diocese de San Diego é sufragânea do arcebispado de San Francisco. A criação do bispo de San Diego como cardeal só pode ser entendida como uma desautorização das posições públicas do arcebispo Salvatore Cordileone.